sábado, 30 de novembro de 2013

Tortura


Tem dias que eu não quero ter que suportar. São exatamente nesses dias que tudo parece ser torturante; tudo parece cortar, judiar, maltratar. Grito, choro, me esperneio. Mas do que adianta? Não sei se é ausência ou mera dor. Não quero saber se é odio ou puro rancor. Uma faca dilacera a minha alma aos poucos... Peço socorro no silêncio. Ninguém ouve; ninguém quer ouvir.
"Cala-te, mortal! És humana, tem que sofrer."
Sofro. Sofro sim. Sofro em cada pulsar do meu coração, em cada suspiro, em cada lágrima. Sofro, mas me regenero. Não porque sou forte, mas porque é necessário. No brilho escondido dos meus olhos, vejo uma esperança. Pequena, frágil, menina. É essa pequena esperança -quase invisível- que me faz acreditar que um dia serei feliz. Sem "mas", sem "poréns", sem dias torturantes. Serei feliz; incansavelmente, verdadeiramente, incessantemente. Abrirei os mais sinceros sorrisos em dias de chuvas. Abrirei os braços para receber os dias de sol. Abraçarei as causas mais honestas e descansarei minha alma em uma rede que balança devagar. Esses dias de agonia acabarão. Um dia.

Por: Ellen Gomes

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